11 de Julho de 2012

Novo filme de Batman é de super-heróis atípico

Quando Christopher Nolan assumiu "Batman Begins", em 2005, a franquia do homem-morcego parecia enterrada pelas lembranças de um George Clooney usando um uniforme com mamilos em "Batman & Robin" (1997).

O diretor encontrou o homem por trás da máscara do herói, Bruce Wayne (Christian Bale), e o jogou em um mundo realista, onde um homem vestido de morcego não parecia tão surreal.

Três anos depois, fez o impensável na continuação "Batman - O Cavaleiro das Trevas": matou a mocinha, saiu dos moldes ao filmar um "noir" moderno e ainda deu lugar a um dos vilões mais perturbadores do cinema, o Coringa de Heath Ledger.

A sequência rendeu mais de US$ 1 bilhão. Mas Nolan não quis saber. O terceiro capítulo da sua visão do Batman será o último, e nele o cineasta foi mais longe. "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge", que chega ao Brasil em 27/7, é cheio de surpresas.

"As pessoas estão esperando o inesperado, por mais contraditório que seja", fala à Folha o diretor, que teve liberdade para transformar o orçamento de US$ 250 milhões em um filme de quase três horas, em boa parte das quais o herói vê, sem máscara, o mundo ruir ao seu redor.

"Quando fiz 'Batman Begins', as pessoas me perguntaram se não poderia ter um pouco mais do Batman. Eu as ignorei e o filme funcionou. Na conclusão, eu não poderia tratar o personagem como se fosse separado de Bruce Wayne. Ele é um aspecto da personalidade do playboy, sua forma de ir para a ação."

O Batman em novo filme
O novo filme é mais extremo. Começa oito anos depois do fim de "O Cavaleiro das Trevas", no qual o herói é acusado do assassinato do promotor Harvey Dent (Aaron Eckhart). Batman está aposentado e Wayne, de bengala, sofre as consequências físicas do combate ao crime.

Ao surpreender uma ladra apelidada pelos jornais de Mulher-Gato (Anne Hathaway) tentando roubar sua mansão, Wayne começa a sentir necessidade de voltar.

A necessidade torna-se realidade quando um terrorista chamado Bane (Tom Hardy) toma o poder em Gotham City e proclama-se "herói do povo" contra políticos corruptos e ricos sanguessugas.

"Este não é um filme normal de super-heróis", diz, comentando o elo entre sua obra e fatos reais, como a luta de classes gerada por crises financeiras e de valores.

"Nós, ocidentais, levamos a sério a nossa estabilidade, então ficamos chocados com eventos como o 11 de Setembro ou a crise econômica de 2008. Pensei: por que isso não poderia acontecer em Gotham?", diz Nolan.

A representação da destruição da civilização ocidental vem com a presença do vilão Bane. Nascido em uma prisão, virou mercenário, entrou para a liga de assassinos que treinou Wayne e usa uma máscara que solta gás. "Queria um vilão que fosse uma ameaça física."

No primeiro confronto contra o morcego, a violência do vilão é a mais brutal já exibida por uma adaptação de quadrinhos.

"O sucesso de 'O Cavaleiro das Trevas' nos permitiu arriscar", diz o diretor, que fez um "filme de guerra", não "de super-herói". Coragem? "Não! As pessoas usam essa palavra quando acham algo estúpido." Não é o caso.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/

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