09 de Agosto de 2019
Tardígrados, seres 'indestrutíveis', podem estar vivos e habitando a Lua
Pode
haver vida na Lua, no fim das contas: seres virtualmente indestrutíveis que
suportam radiação extrema, calor crepitante, as temperaturas mais frias do
universo e décadas sem comida.
Essas
criaturas não são alienígenas, mas sim terráqueos microscópicos conhecidos como
tardígrados, que provavelmente sobreviveram à queda durante uma tentativa de
pouso na superfície lunar da sonda israelense Beresheet em abril, informou a
organização responsável pela viagem nesta terça-feira.
Com
base em uma análise da trajetória da espaçonave e da composição do dispositivo
em que os animais microscópicos haviam sido armazenados, "acreditamos que as
chances de sobrevivência para os tardígrados (?) são extremamente altas", disse
à AFP Nova Spivack, fundador da Arch Mission Foundation.
A
organização sem fins lucrativos dedica-se a espalhar cópias do conhecimento
humano e da biologia da Terra em todo o Sistema Solar, uma missão que equipara
à criação de uma "Enciclopédia Galática" como um presente para o futuro.
"Os
tardígrados são ideais para incluir porque são microscópicos, multicelulares e
uma das formas mais duráveis de vida no planeta Terra", disse Spivack.
Ele
acrescentou que as criaturas diminutas, que têm menos de um milímetro, foram
desidratadas, colocadas em animação suspensa e depois encapsuladas, e deveriam
reviver no futuro.
Os
tardígrados foram armazenados dentro de uma "Biblioteca Lunar", um dispositivo
de nanotecnologia que se assemelha a um DVD e contém um arquivo de 30 milhões
de páginas da história humana visível sob microscópios, assim como DNA humano.
Os
tardígrados podem viver na água ou em terra, e são capazes de sobreviver a
temperaturas de até 150 graus Celsius e até -272 graus Celsius, embora por
alguns minutos.