13 de Setembro de 2012

"Argo" de Ben Affleck agrada

Às vezes, a ficção não dá conta da realidade. Tivesse saído da cabeça de algum produtor hollywoodiano, "Argo", dirigido por Ben Affleck, exibido em segunda sessão para a imprensa na manhã desta quarta-feira (12) no Festival de Toronto, seria completamente inverossímil.

Durante a Revolução Islâmica no Irã, em 1979, seis funcionários da embaixada norte-americana conseguem fugir para a casa do embaixador canadense. Numa época sem computadores, demora bastante para os iranianos se darem conta do sumiço - a ordem era prender todos para forçar a extradição do xá do Irã, asilado nos Estados Unidos. Enquanto isso, os americanos ganham tempo para bolar algum plano. As sugestões são as mais esdrúxulas, de tirar todos de bicicleta até fazê-los se passar por professores canadenses, numa época em que não havia nenhum canadense para contar a história no país. A melhor acaba sendo a do agente Tony Mendez, que propôs um filme falso, com uma equipe de cinema falsa, procurando locações para uma ficção científica no país. Por incrível que pareça, era a melhor ideia. Ele conta com a ajuda de um maquiador (John Goodman) e um produtor (Alan Arkin), que montam todo o aparato de cobertura, incluindo reportagens sobre o filme na imprensa especializada. Bryan Cranston (de "Breaking Bad") é o chefe de Mendez na CIA.

Ben Affleck parece mesmo ter voltado ao eixo, depois de um período lamentável na sua carreira. Como diretor, ele é seguro, eficiente em manter a tensão, mesmo para quem conhece o desfecho da história. Como ator, dá credibilidade total ao agente da CIA com consciência. E ainda está rodeado de um elenco invejável, com destaque para Arkin e Cranston.

"Argo" tem todos os elementos para entrar a sério na corrida para o Oscar - em Toronto, fala-se muito disso. É bem dirigido, com bom elenco, tem elementos políticos. Dá para entender um pouco da tensão com o Irã hoje, que aumentou justamente com a Revolução Islâmica. No caso do Canadá, que levou a culpa pelo resgate, as relações são tão complicadas que, nesta semana, a embaixada do país no Irã foi fechada. O passado, afinal, sempre volta para assombrar o presente.

Assista ao trailer:




Fonte: http://cinema.uol.com.br



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