A 63ª edição do Festival de Berlim abre suas portas nesta quinta-feira (7) em um passeio pelo mundo através de 400 filmes, começando com The Grandmaster, do chinês Wong Kar-Wai, uma história de amor, traição e artes marciais.
A China de 1936 é o ponto de partida do festival, cuja programação inclui minas de ouro no Canadá, produtores rurais desapropriados pela indústria de gás, além de um Jafar Panahi empenhado em fazer cinema no Irã.
O épico de Wong será exibido fora da mostra competitiva, já que o mestre chinês chega a Berlim como presidente do júri que ditará os vencedores dos Ursos.
Entre os filmes da mostra competitiva e o resto das seções, o festival estenderá o tapete vermelho para o desfile de estrelas da sétima arte como Catherine Deneuve, Juliette Binoche, Isabelle Hupert, Matt Damon, Jude Law, Nicolas Cage, Jeremy Irons, Shia LaBeouf, Ethan Hawke e Julie Delpy.
Além disso, haverá um bom repertório de mulheres poderosas fora do programa, como Isabella Rossellini, que receberá uma câmera de Ouro, Anika Ekberg, com workshops no Talent Campus, Jane Fonda, convidada pelo patrocinador do festival – L’Oréal – e Sharon Stone, na festa Cinema for Peace.
A lista de concorrentes aos Ursos inclui Steven Soderbergh, no thriller Side Effects que é anunciado como sua despedida do cinema, Gus Van Sant, com Promised Land e o bósnio Danis Tanovic (Oscar de melhor filme estrangeiro por Terra de Ninguém).
Representando a América Latina estará Gloria, a produção chileno-espanhola de Sebastián Lelio interpretada por Paulina García.
Van Sant competirá com Promised Land, interpretado por Matt Damon e Frances McDormand, que conta a história de um coletivo que expropria um consórcio energético de suas terras, enquanto Tanovic enfoca outro coletivo de deserdados em An episode in the life of an Iron Picker.
Uma das apostas pessoais de Dieter Kosslick – diretor do festival – é a estreia do Cazaquistão na competição com o filme Uroki Garmonii, do estreante Emir Baigazin.
Kosslick também incluiu o iraniano Pardé, filme com o qual se espera a participação do diretor iraniano Panahi, dois anos após ser “membro à revelia” do júri por estar em prisão domiciliar pelo regime de Ahmadinejad.
O cinema francês vai ser representado no tapete vermelho com Juliette Binoche como Camille Claudel reclusa em um asilo e Isabelle Hupert em um convento.
Do cinema americano, além de Soderbergh e Van Sant, serão exibidos: a comédia Prince Avalanche, com Paul Rudd e Emile Hirsch, The Necessary Death of Charlie Countryman, dirigida por Fredrik Bond e interpretada por Shia LaBeouf.
O país anfitrião será representado por Layla Fourie, de Pia Marais, acompanhada de Gold, interpretada por uma das musas locais do Festival de Berlim, Nina Hoss.
O cinema do leste europeu também terá destaque com o russo A long and happy Life, de Boris Khlebnikov e o romeno Polizia Copilului (Child’s Pose), de Clin Peter Netzer, além do estreante do Cazaquistão.
Fora do concurso serão exibidos: o terceiro encontro romântico entre Hawke e Delpy, em Before Midnight, de Richard Linklater, e Night Train to Lisbon, de Bille August com atuação de Jeremy Irons.
Da seção Panorama se destacam: Don Jon’s Addiction, com Joseph Gordon-Levitt exercendo a dupla função de ator-diretor e “sofrendo” com seu vício em pornografia, num filme que conta com atuações de Scarlett Johansson e Julianne Moore.
Também nessa seção será projetado Lovelace, de Rob Epstein, com Sharon Stone mais comedida do que o normal em um filme sobre a protagonista de Garganta profunda.
Nessa mostra também será exibido o último filme de Isabel Coixet, Ayer no termina nunca, com Javier Cámara e Candela Peña, a nova contribuição da diretora espanhola ao Festival de Berlim após Minha Vida Sem Mim (2003), Fatal (2008) e Escuchando al juez Garzón (2012).
Fonte: http://virgula.uol.com.br