Romance familiar, thriller psicológico, road movie, tragicomédia, ação com emoção, intimista. Todas essas definições são usadas pela equipe do filme “A Busca” para resumir a ideia do longa que chega aos cinemas no próximo dia 15 de março.
Quem melhor consegue explicar a essência do filme, no entanto, é Wagner Moura, que protagoniza a trama. “É um ‘Procurando Nemo'”, disse o ator após exibição do filme para a imprensa, em evento realizado em São Paulo nesta segunda-feira (4).
Assim como a animação da Pixar, que mostra a jornada do peixe-palhaço Merlin à procura do filhote perdido no oceano, “A Busca” acompanha a odisséia de um pai tentando resgatar o filho.
No longa brasileiro, primeiro do publicitário Luciano Moura na direção, Wagner é Théo, um médico meio severo, meio transtornado, que reproduz a própria relação paternal conturbada com Pedro (Brás Antunes, filho do cantor Arnaldo Antunes), seu filho de 15 anos. O relacionamento é tão nocivo que o garoto parte em uma viagem solitária, deixando para trás o pai e a mãe, Branca (Mariana Lima), desesperados.
Apesar da comparação com o desenho “Procurando Nemo”, Wagner garante que “A Busca” é um “filme adulto”. “Acho que o filme vai abrir um precedente no cinema nacional”, afirma. “Não é uma comédia popularesca – nada contra as comédias-, mas é um filme não convencional que dialoga bem com o público”, acrescenta o ator, lembrando que “A Busca” venceu o prêmio do júri popular do Festival de Cinema do Rio de Janeiro em 2012.
Mais do que contar a aventura de Théo em busca do filho sumido, “A Busca” se propõe também a mostrar a transformação interna do protagonista, que acaba sendo tocado – e melhorado – pela possibilidade da perda definitiva de alguém que ama.
Para transmitir ao público a reviravolta psicológica do personagem, a trama oferece uma série de obstáculos para Théo. Como se a própria perda do filho não fosse suficiente para que repensasse seu papel de pai, ele vivencia um parto, um atropelamento e um roubo durante sua jornada.
Para o diretor nada disso é exagerado. “Cada situação está no filme para fazer o Théo crescer”, explica. Luciano também diz que as situações absurdas têm provocado risos nas plateias, algo que ele vê como aceitação.
“Nas cenas que eram para ser mais dramáticas, as pessoas dão risada”, diz. “Mas é um drama”, interrompe Wagner, explicando que o desespero é o que torna o personagem engraçado.
“A gente tentou fazer o filme que não tenha rejeição”, conclui o diretor.
No esforço para agradar a todos, “A Busca” pode ter deixado algumas pontas soltas. A equipe reconhece, mas a atriz Mariana Lima aconselha que os espectadores vejam o filme sem o “espírito de continuísta”. Wagner concorda: “vamos fingir que é só cinema”, pede.
Fonte: http://cinema.uol.com.br/