Nos contos de fada e nas lendas de um modo geral as bruxas são sempre vilãs e sinônimo de maldade. Mas no Brasil é diferente… pelo menos com uma personagem em específico: a Bruxa Morgana, interpretada pela atriz Rosi Campos e que surgiu na década de 1990 no seriado “Castelo Rá-Tim-Bum”, um dos grandes sucessos da TV Cultura.
No sábado, Morgana e alguns de seus parentes sobem ao palco do Teatro Municipal Manoel Lyra, em Santa Bárbara d’Oeste, para o espetáculo “A Saga da Bruxa Morgana e a Família Real”.
A peça, que acontece às 19h e tem entrada gratuita, conta a história da vinda da Família Real em 1808, quando o Brasil ainda era uma colônia de Portugal. Além de Morgana, outros personagem também surgem, como o Tio Eruditu, a Tia Divinia, Pétala, uma fada-sobrinha, o valente e guerreiro Tataravô e o saudoso Patriarca da família.
Na trama, a corte portuguesa acaba trazendo ao Brasil o misterioso Livro de Areia. “Trata-se de um livro encantado, que deve ser bem guardado”, explicou Rosi.
Para receber a corte, o bruxo Eruditu prepara uma festa no Castelo da Bruxa Morgana, única construção no Brasil à altura da realeza. Morgana, no entanto, está preocupada com o livro: ela sabe que existe uma bruxa má, Wiloa, que é sua inimiga e sempre quis se apossar do Livro de Areia.
A montagem é da Cia de Teatro Grafitti, criada pela própria atriz em 1989.
DO BEM
Morgana surgiu em 1994 na estreia do seriado “Castelo Rá-Tim-Bum” , porém, segundo Rosi, até hoje, 18 anos depois, ela ainda é reconhecida pelos fãs. “A série fez muito sucesso e ainda atrai muitas gerações porque ainda está sendo exibida. No final das apresentações, tanto crianças pequenas como pessoas de 25, 30 anos vêm me cumprimentar, falando que cresceram com a personagem”, disse.
O motivo de tanto carinho? Para Rosi, Morgana é aquela tia boazinha que todo mundo gostaria de ter. “Ela é muito querida por todos e está sempre disposta a ajudar. É o meu personagem mais forte, eu sempre vou estar marcada por ele”.
A história de “A Saga da Bruxa Morgana e a Família Real” é apenas uma das milhares de aventuras vividas pela bruxa. “Todos os personagens do Castelo Rá-Tim-Bum têm suas próprias histórias fora do castelo, como o Dr. Abobrinha e o Tio Victor”, brincou a atriz. “A Morgana tem seis mil anos, então, acompanhou muita coisa da história do mundo. Essa história que estamos levando para o teatro é apenas uma dessas que ela vivenciou”.
VIDA
Rosi Campos tem 58 anos – desses, 35 destinados aos palcos. Estudou em uma escola para freiras e sonhava em estudar Cinema. “Naquela época só tinha pornochanchada. Meu pai não ia deixar. Mas ele me deixou fazer Jornalismo. Eu fui estudar na USP e como os departamentos eram meio juntos, eu fazia aulas de cinema, música e teatro”. Antes, porém, trabalhou no setor de telegrama por telefone dos Correios, em 1978.
Em 1989, criou o Teatro Grafitti e estreou a peça “Você Vai Ver o que Você Vai Ver”. Depois não parou mais: nos teatros, nos estúdios das TVs ou nos sets de filmagens do cinema, Rosi coleciona papéis importantes. “A Morgana e a Mamuska (da novela “Da Cor do Pecado”, da Globo) são meus papéis mais lembrados. A diferença é que a Morgana eu continuo fazendo. É super legal ter um personagem de que a criançada gosta. Então, é maravilhoso poder carregá-la pelo resto da vida”, finalizou
Fonte: http://portal.tododia.uol.com.br/