O longa-metragem “A História da Eternidade” foi o grande vencedor do 6º Paulínia Film Festival, que prestou homenagem ao cineasta Cacá Diegues durante o encerramento no Theatro Municipal Paulo Gracindo, na noite deste domingo (27). Com público estimado em pelo menos 23 mil pessoas durante seis dias de atrações, o evento cultural retomado após um hiato de dois anos foi finalizado com a promessa de continuidade em 2015.
Dirigido pelo pernambucano Camilo Cavalcante, o longa venceu cinco prêmios na sexta edição do festival, que somam R$ 410 mil: melhor filme, diretor, ator (Irandhir Santos) e atriz (Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Debora Ingrid). Além disso, também levou o prêmio da crítica (Júri Abraccine). “Ainda estou absorvendo. Foi surpreendente, porque é o meu primeiro longa e havia gente de renome como Domingos Oliveira, Murilo Salles e Juliana Rojas… Estou sem palavras, muito feliz”, disse Cavalcante após término da cerimônia que durou uma hora e foi conduzida pelos atores Caio Blat e Tainá Müller.
“História da Eternidade” conta três histórias de amor em um vilarejo do sertão nordestino. Em uma delas, um artista (Irandhir Santos) ajuda a sobrinha (Debora Ingrid) a ver o mar pela primeira vez. A segunda narrativa mostra a trajetória de uma viúva (Marcélia Cartaxo) que abre o coração para o cego do vilarejo, enquanto o terceiro conto trata da narrativa de uma avó, interpretada por Zezita Matos, que recebe o neto após um passado turbulento dele em São Paulo.
Outro destaque nesta categoria foi “Casa Grande”, que recebeu quatro prêmios avaliados no total de R$ 145 mill durante esta edição do Paulínia Film Festival: melhor ator coadjuvante (Marcello Novaes), melhor atriz coadjuvante (Clarissa Pinheiro), melhor roteiro (Fellipe Barbosa e Karen Sztajnberg) e prêmio especial do júri (Fellipe Barbosa).
Na votação da internet, o melhor longa-metragem foi “Boa Sorte”, dirigido por Carolina Jabor. “Que honra, que loucura. Só tenho que agradecer […] Fiquei feliz, satisfeita, acho que devemos fazer filmes mais corajosos e fortes, não apenas comédias”, avaliou.
Sobre a influência do pai, Arnaldo Jabor, ela disse aos risos que ainda iria contar ao jornalista sobre o prêmio na noite deste domingo. “Ele não sabe ainda, eu acho, mas ele gosta muito. Aprendi com ele a beleza da arte e da vida.”
Curta-metragem
“O Clube”, que trata de uma casa noturna que mantém shows de transformistas no Rio, foi escolhido como melhor curta-metragem pelos júri do festival e também como o melhor da categoria na votação do público pela internet. O diretor da obra, Allan Ribeiro, também foi premiado. Os troféus foram recebidos pelo ator Roberto Iglesias, que foi ovacionado pelo público ao se emocionar em cada um dos agradecimentos aos presentes na cerimônia.
“Realmente é uma grande emoção ganhar tudo isso. Quando a gente entra no festival, a gente pensa em ganhar. Entre pensar e ganhar de fato é uma diferença muito grande e estou muito, mas muito feliz”, ressaltou o artista. O tom foi mantido pelo colega de filme Hilmar Alvarenga. “É muita satisfação e alegria, gratificante”, comemorou o ator. O prêmio especial do júri foi para “O Bom Comportamento”, de Eva Randolph.
Continuidade do festival
Sem revelar detalhes, a secretaria municipal de Paulínia, Monica Trigo, afirmou que o município irá trabalhar pela continuidade do festival, em 2015, e ressaltou que o polo cinematográfico da cidade deve receber, até dezembro, a retomada de gravações por meio do edital de fomento de produções na estrutura que custou R$ 490 milhões e foi praticamente deixada de lado.
“Estamos bastante satisfeitos com festival e a possibilidade de trazer o mercado de volta para acompanhar a revitalização do polo de cinema. O grande projeto é ter o festival como vitrine para conteúdos audiovisuais nacionais, mas também ter produção sendo rodada aqui”, explicou.
Lista completa de vencedores
Filmes de longa-metragem
Melhor Filme (R$ 300 mil): “A História da Eternidade”, de Camilo Cavalcante
Melhor Direção (R$ 50 mil): Camilo Cavalcante, por “A História da Eternidade”
Melhor Ator (R$ 30 mil): Irandhir Santos, por “A História da Eternidade”
Melhor Atriz (R$ 30 mil): Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Debora Ingrid, por “A História da Eternidade”
Melhor Ator Coadjuvante (R$ 15 mil): Marcello Novaes, por “Casa Grande”
Melhor Atriz Coadjuvante (R$ 15 mil): Clarissa Pinheiro, por “Casa Grande”
Melhor Roteiro (R$ 15 mil): Fellipe Barbosa e Karen Sztajnberg, por “Casa Grande”
Melhor Fotografia: (R$ 15 mil): Mauro Pinheiro Júnior, por “Sangue Azul”
Melhor Montagem (R$ 15 mil): Eva Randolph, por “Aprendi a Jogar com Você”
Melhor Som (R$ 15 mil): Thiago Bello, por “Castanha”
Melhor Direção de Arte (R$ 15 mil): Claudio Amaral Peixoto, por “Boa Sorte”
Melhor Trilha Sonora (R$ 15 mil): Juliana Rojas, Marco Dutra e Ramiro Murilo, por “Sinfonia da Necrópole”
Melhor Figurino (R$ 15 mil): Juliana Prysthon, por “Sangue Azul”
Especial Júri (R$ 100 mil): Fellipe Barbosa, por “Casa Grande”
Filmes de curta-metragem
Melhor filme (R$ 30mil): “O Clube”, de Allan Ribeiro
Melhor Direção (R$ 20 mil): Allan Ribeiro, por “O Clube”
Melhor Roteiro (R$ 15mil): Carolina Markowicz e Fernanda Salloum, por “Edifício Tatuapé Mahal”
Especial Júri (R$ 20 mil): “O Bom Comportamento”, de Eva Randolph
Prêmio do Público
Melhor longa-metragem (R$ 50 mil): “Boa Sorte”, de Carolina Jabor
Melhor curta-metragem (R$ 20 mil): “O Clube”, de Allan Ribeiro
Júri Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema
Melhor longa-metragem: “A História da Eternidade”, de Camilo Cavalcante
Melhor curta-metragem: “O Clube”, de Allan Ribeiro
Fonte: http://g1.globo.com/