A seleção brasileira de futebol inicia nesta quinta-feira, às 15h45 (de Brasília), contra o Egito, a sua 12ª participação em Olimpíadas. A busca pelo ouro inédito virou uma obsessão nas duas últimas décadas e tem no elenco sub-23 mais caro da história, encabeçado por Neymar e reforçado pelos ‘veteranos’ Thiago Silva, Marcelo e Hulk, a oportunidade de encerrar o último grande tabu do futebol nacional.
Além de contar com jogadores valorizados no Brasil e na Europa, a equipe escalada por Mano Menezes é calejada, com tempo de casa na seleção. Representará o país nos Jogos de Londres um time obviamente jovem, por conta do regulamento, mas que virou a base do elenco principal após a Copa de 2010.
As altas cifras que envolvem esse grupo começam na defesa. Há duas semanas, Thiago Silva se tornou o zagueiro mais caro da história ao trocar o Milan pelo Paris Saint-Germain por 44 milhões de euros (cerca de R$ 110 milhões). No meio-campo, destaque para Oscar, vendido ao Chelsea por quase R$ 80 milhões. No ataque estão Lucas e Hulk, ambos na mira do futebol inglês por valores próximos a R$ 100 milhões, além de Neymar, alvo de uma disputa entre Barcelona e Real Madrid no ano passado. O atleta de 20 anos acabou acertando para seguir no Santos até 2014, com uma multa de 65 milhões de euros (mais de R$ 160 milhões).
Há ainda outros atletas que não são citados no mercado mas possuem um alto valor em seus times europeus, casos de Marcelo, no Real Madrid, e Alexandro Pato, no Milan.
De 1996 para cá, quando foi liberada a inscrição de jogadores acima de 23 anos na seleção olímpica, o Brasil sempre contou nomes badaladas. O time de 1996 é o que mais se aproxima ao atual nas cifras, pois contava com Ronaldo, vendido à época ao Barcelona por US$ 20 milhões (considerando a correção da moeda).
Outras revelações daquela equipe comandada por Zagallo, que perdeu para a Nigéria na semifinal e terminou com o bronze, deixaram o país rumo ao Velho Continente, porém por preços mais baixos, casos de Roberto Carlos, Rivaldo, Zé Maria, Zé Elias, Sávio, Juninho Paulista etc. A diferença é que os clubes brasileiros não tinham condições de segurar suas principais peças e aceitavam vendê-las a preços mais em conta.
Em termos de qualidade técnica, aquela seleção teve jogadores que triunfaram na carreira, brilhando na Europa e conquistando o pentacampeonato mundial em 2002.
À frente do selecionado canarinho há duas temporadas, Mano Menezes ainda não convenceu, principalmente em ocasiões importantes, como na Copa América e em amistosos contra rivais tradicionais. Os Jogos de Londres surgem como uma chance para ele ganhar fôlego no cargo; em caso de fiasco, existe um sério risco de demissão, segundo pessoas próximas ao presidente da CBF, José Maria Marin.
“Tradicionalmente o Brasil é sempre o favorito, mas já ganhamos e já perdemos como favorito. Na fase de grupos, nosso objetivo é as quartas de final, não se pode mais do que isso. Se formos bem, vamos tentar alcançar mais. Não existe pressão maior por isso. Sabemos da obrigação, entre aspas, que é representar a seleção brasileira”, comentou o treinador gaúcho. Depois do Egito, o Brasil encara Belarus e Nova Zelândia.
BRASIL X EGITO
Data: 26/7/2012, quinta-feira
Horário: às 15h45 (de Brasília)
Local: estádio Millennium, em Cardiff (País de Gales)
Árbitro: Gianluca Rocchi (IT)
Brasil
Neto; Rafael, Thiago Silva, Juan e Marcelo; Sandro, Rômulo e Oscar; Neymar, Hulk e Leandro Damião
Técnico: Mano Menezes
Egito
El Shenawy; Gaber, Souliman, Sami e Fathy; Aboutrika, Hassan, Ahmed e Mohamed; Motaeb e Mohsen
Técnico: Hany Ramzy
Fonte: olimpiadas.uol.com.br