Embora uma decisão judicial tenha desobrigado o fornecimento de sacolinhas plásticas gratuitas desde ontem em todo o Estado de São Paulo, os supermercados continuam distribuindo normalmente o material, pelo menos por enquanto. A decisão de manter as sacolinhas, segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados), é porque ainda está em negociação com a Associação Civil SOS Consumidor e com o Ministério Público um acordo “equilibrado” sobre a questão, com mudança gradual de hábitos. Ontem, em supermercados da região visitados pelo TodoDia, funcionários das lojas e consumidores desconheciam a decisão judicial.
O prazo que autorizou o fim da distribuição foi determinado pelo desembargador Torres de Carvalho, da Câmara Reservada ao Meio Ambiente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ao analisar um recurso do grupo Walmart. Os supermercados podem suspender a distribuição gratuita desde ontem. Mas, seriam obrigados a oferecer uma alternativa de sacola reutilizável por R$ 0,59 cada.
Em um supermercado de Nova Odessa e outro de Santa Bárbara d’Oeste, os funcionários disseram desconhecer a nova decisão e informaram que aguardavam orientação superior.
Em outro supermercado do bairro São Domingos, em Americana, a decisão era conhecida, mas as sacolinhas foram mantidas. “Até segunda ordem continuaremos fornecendo”, comentou Adriana Rodrigues de Lima, líder da frente de caixas. Ela observa que as pessoas ainda “não estão preparadas” para a mudança. “Não estão trazendo sacola ecológica de casa e a maioria não aceita caixa de papelão. Acho que ainda não caíram na real”, comentou.
Adriana lembrou que, entre junho de 2011 e fevereiro deste ano, quando os supermercados de Americana deixaram de dar sacolinha, a reclamação de consumidores foi alta.
A nutricionista Cleonice Bardi, 35, disse desconhecer a nova decisão judicial, mas afirmou ser a favor, desde que os supermercados deem sacolas de papelão, como acontecia antigamente. No período em que a sacolinha não era fornecida, ela conta que deixava caixas de papelão no porta-malas do carro. “É claro que facilita para quem tem carro. Para quem não tem, a problemática é outra”, observou.
“Já acostumei com a sacola ecológica. Para o meio ambiente é bom não usar a de plástico. Procuro fazer minha parte”, afirmou o aposentado Valter Zancane, 65. Já o pedreiro Getúlio Lemes dos Santos, 58, defende o contrário. “Deveriam ser obrigados a dar sacolinhas. Não tenho condições de ficar comprando a ecológica e muitas vezes a gente esquece de trazer, além das sacolinhas servirem muito em casa”, opinou.