Um dos estilos musicais em franca ascensão e apontado como o mais criativo dos últimos tempos é o rap. O gênero, que no Brasil começou a ser desenhado nos anos 80 com Rappin’Hood e Thaíde, e se consolidou nos 90, com Racionais MC’s e Planet Hemp, parece ter ganhado de vez a atenção de quem ainda relutava em aceitá-lo como música popular brasileira. E se existe um embaixador do rap atualmente, esse é Criolo, que se apresenta pela primeira vez na região em um show na Expoamerica, em Nova Odessa, nesta sexta-feira. A apresentação tem apoio do jornal TodoDia.
Ano passado, o rapper levou os prêmios de artista revelação e melhor disco do ano no VMB – prêmio da MTV dedicado à música – e desde então seu “Nó na Orelha” (primeiro álbum em estúdio de composições) foi angariando mais e mais fãs.
Prova disso é a agenda recente do cantor. Criolo já apresentou o repertório de seu álbum em cerca de 80 shows, em mais de dez estados brasileiros, além de cidades como Buenos Aires, Nova York, Londres, Roma e Roskilde, na Dinamarca.
O repertório do show de Nova Odessa não difere muito do que tem sido apresentado pelo rapper e é pautado pelas canções do “Nó na Orelha”. “Bogotá”, que celebra a influência da música africana com sax tenor de Thiago França; o clássico imediato “Não Existe Amor em SP”, que exibe poesia e interpretação que não deixam dúvidas a respeito da força da composição e da garganta de Criolo; “Freguês da Meia- Noite”, samba canção acirrado por arranjos de cordas certeiro e um dos hits dos shows, e “Sucrilhos”, que ressurge com novo arranjo. “Subirudoistiozin”, “Lion Man” e “Grajauex” completam a lista de raps defendidos pelo MC no palco.
Totalmente autoral, o álbum de dez faixas teve produção de Daniel Ganjaman (ex-Planet Hemp e produtor de discos de nomes como Nação Zumbi e Sabotage) e Marcelo Cabral.
O RAPPER
Aos 36 anos, 24 deles dedicados ao rap, Criolo escreveu sua primeira letra aos 11 anos e sua primeira canção aos 25. “Ainda há Tempo”, seu primeiro registro em estúdio, em 2006, trazia apenas uma canção, “Aprendiz”, mas atingiu a tiragem de mil unidades e esgotou em poucos dias.
Com apoio do centro cultural independente sem fins lucrativos Matilha Cultural – que viabilizou a produção de “Nó na Orelha” – conheceu Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral, que assinam também a produção do show que será apresentado na Expoamerica.
No palco, o rapper se apresenta acompanhado de sua banda, com Ganjaman (teclados) e Cabral (baixo elétrico e acústico) e também Guilherme Held (guitarra), Maurício Badé (percussão), Thiago França (sax tenor e flauta), DJ Dan Dan (voz) e Sérgio Machado (bateria).
Os portões da Expoamerica abrem às 22h. Antes do show do rapper, se apresentam os DJs Tchelo Casagrande e Rodrigo, além da banda Ginga Bamba.