A noite deste domingo (10), no Chevrolet Hall, entre Olinda e Recife, mais parecia um daqueles desfiles de canções tão típicos das paradas de sucesso radiofônicas da década de 80. O sir Elton John se apresentou durante duas horas para uma plateia quase lotada e fez muita gente cantar junto com ele e o seu piano batizado de Nikita. Aliás, a música homônima ao piano foi uma grata surpresa do set list, já que ela não constava da lista divulgada inicialmente pela produção do espetáculo.
Elton John subverteu a ordem inúmeras vezes, a primeira delas, ao inciar sua apresentação com The One [ver apresentação abaixo], balada que surpreendeu o público, numa espécie de anticlímax. A sequência se deu com Sixty Years On, que também não constava do repertório.
A primeira catarse coletiva aconteceu apenas na quarta canção, Your Song, acompanhada com emoção pelo público pagante. É válido salientar a reverência com a qual esse público recebeu o sir em sua apresentação acústica. Na maioria das canções, o silêncio respeitoso abria espaço para a voz límpida de Elton brilhar com o apoio do piano. A regulagem do som, inclusive, foi uma das melhores surpresas da noite, permitindo uma apresentação mais vigorosa ainda.
A sequência foi de pedreiras sonoras: Tiny Dancer, Daniel, Rocket Man, Candle in The Wind e Bennie and the Jets, entre outras. Ao longo das duas horas em que esteve no palco, o cantor brincou com a plateia, acenou, autografou uma camiseta do Sport que foi jogada por um fã e fez todo mundo esquecer a ausência de banda de apoio ou cenografia mais elaborada.
O artista também fez todo mundo superar o calor crescente durante toda a apresentação, já que o ar condicionado da casa esteve desligado durante todo o tempo, a pedido do próprio cantor, para não desafinar o seu piano. Elton importa justamente por isso. Ele por si só já uma orquestra inteira.
Fonte: http://ne10.uol.com.br/