Depois de uma década desde seu último filme solo, “O
Batman” retornou às grandes telas do cinema nesta quinta. Matt Reeves, o diretor responsável pela
trilogia de “Planeta dos Macacos” e filmes como “Cloverfield” e “Deixe-me
Entrar”, é o diretor da produção com sua visão ainda mais sombria, realista e
aterrorizante do Cruzado de Capa mais famoso do planeta.
Na história, Batman já atua há dois anos em Gotham,
tempo suficiente para se tornar uma lenda urbana, criar alianças e consumir a
alma do jovem Bruce Wayne. Até que um tipo diferente de vilão deixa pistas em
forma de charadas a fim de provocar o herói a investigar mais a fundo o
submundo de Gotham, tal como o passado sombrio de seus membros-fundadores,
entre eles a família Wayne.
Inspirado por filmes como “Seven”, “Zodiac”, “Jogos
Mortais” e “Taxi Driver”, Reeves constrói uma tensão atmosférica de terror em
torno da presença do protagonista, que se utiliza de todos os aspectos
sensoriais para aparelhar o medo ao seu favor em uma Gotham dantesca, sujeita à
corrupção e à vilania. O filme entrega magistralmente um pedido de longa data
dos fãs do morcego: um clássico noir de terror investigativo protagonizado pelo
personagem.
Robert Pattinson entrega a mais humana, falível e
frágil retratação do personagem. O restante do elenco também está incrível.
Tanto Zoë Kravitz como Mulher-Gato e o irreconhecível Colin Farrell, como o
futuro pinguim, certamente precisam de um “spin-off” para desenvolver melhor
seus personagens. Paul Dano, o Charada, rouba o show, dando continuidade à sua
implacável sequência de atuações magníficas.