Baseado na obra do escritor americano Edgar Allan Poe, o espetáculo “Sinfonia das Sombras” é uma adaptação dos contos “A máscara da morte rubra”, “Nunca aposte sua cabeça com o diabo”, “O barril de amontillado” e pequenos fragmentos do poema “O corvo”. A peça acontece nos dias 6, 7 e 8 de setembro na Casa de Cultura Hermann Müller Carioba, às 20h.
“Especialmente pensado para ser apresentado nas dependências da Casa Hermann Müller, o espetáculo possui caráter alternativo, uma vez que foge ao espaço cênico convencional. As ações acontecem em vários cômodos da casa, pelos quais a plateia se desloca acompanhando o elenco”, revelou o diretor de “Sinfonia das Sombras”, o professor de Teatro da Secretaria de Cultura e Turismo de Americana, Osvaldo Beraldo.
“A leitura proposta pela Cia Tragédia do Teatro pretende reverenciar a aura gótica da obra de Poe, porém associada à contextualização de nossa época, buscando uma ligação que permita aproximar mais a proposta do autor com a realidade contemporânea”, explica o diretor da peça. Composta por elenco essencialmente jovem, a Cia Tragédia do Teatro iniciou seus trabalhos no ano de 2010, com pesquisa sobre o teatro grego, que rendeu a montagem do espetáculo “Já Hera”. Posteriormente, ainda na linguagem inicial, desenvolveu a esquete Medéia, e agora se dedica à pesquisa da obra de Poe. Todos os atores são alunos de Osvaldo Beraldo na oficina de Teatro da Secretaria de Cultura e Turismo.
As apresentações estão marcadas para os dias 6, 7 e 8 de setembro, sempre às 20 horas, na Casa de Cultura Hermann Müller, Avenida Carioba, nº 2001, bairro Carioba. A entrada é franca, porém é necessário efetuar a reserva individual antecipadamente, pois os ingressos são limitados. Reservas: 3462- 6048.
Elenco: Bruno do Nascimento, Carol Barbolo, Fernando Frésca, Leonardo Pizani e Luana Pigatto.
Direção: Osvaldo Beraldo.
Produção: Brida Guedes, Juliana Guedes e Leonardo Pizani.
Patrocínio: Fundo Municipal de Assistência à Cultura.
Apoio: Secretaria de Cultura e Turismo de Americana.
Edgar Allan Poe
Edgar Allan Poe (1809-1849), poeta, crítico e contista, nasceu em Boston, e representou uma tendência à parte do movimento geral do Romantismo nos EUA. A propensão dos escritores pelo fantástico, pelo misterioso, pelo macabro. Cultivando na sua obra esses temas, Poe personifica uma das fases mais marcantes do movimento romântico transplantado da Inglaterra para a América.
A vida de Edgar Allan Poe foi marcada pelo sofrimento. Seus pais eram atores de teatro. Depois que Edgar nasceu não se ouviu mais falar de seu pai. A mãe faleceu pouco tempo depois, vítima de tuberculose. Ele e seus irmãos foram adotados por John Allan e sua esposa, prósperos negociantes em Baltimore, onde Poe frequentou a escola primária. Depois estudou na Inglaterra e, em seguida, na Universidade de Virgínia (EUA).
Publicou seu primeiro livro de poemas pouco depois de abandonar a universidade. Dedicou-se à carreira militar, sabendo que não poderia viver só de literatura. Mas não se adaptou à disciplina do quartel e deixou a carreira das armas. Passou a escrever para viver e se tornou editor de uma conceituada revista de Richmond: a “Mensageiro Literário do Sul”. Foi um período feliz na vida de Edgar. Casou-se com Virgínia, uma prima bem jovem. Pouco depois, perdeu o emprego, passou por dificuldades financeiras, a esposa adoeceu e, apesar de sua dedicação ao cuidar dela, ela faleceu.
Edgar Allan Poe foi o mais romântico dos principais escritores americanos. Em suas obras, ele não se preocupava em abordar os problemas entre o bem e o mal, tampouco dar lições de comportamento. Ele acreditava que, se fosse capaz de criar a beleza e tocar a sensibilidade dos seus leitores já era o bastante. Os poemas mais famosos de Poe são O corvo e Os sinos. Alguns críticos preferem “Para Helena” e “Annabel Lee”. O poeta acreditava que nada seria mais romântico que um poema sobre a morte de uma mulher bonita. Muitas de suas obras exploram a temática do sofrimento causado pela morte de um amante. Outra característica de sua poesia é a musicalidade, dando a impressão de que o som é mais importante que o sentido.
Edgar Allan Poe é considerado o “criador” do conto policial, mas seu principal mérito está na habilidade com que montava suas histórias. Ele as planejava como um bom arquiteto planeja um edifício, envolvendo o leitor de tal maneira que o conduz “hipnoticamente” ao desfecho da história. Isso revela o dualismo de sua arte e personalidade: de um lado “visionário e idealista”, mergulhado em poemas de tristeza e narrativas de horror e policiais. Um homem de vida conturbada, dominado pelo vício do álcool e excesso de ópio. Por outro lado, era um “artesão exigente”, um escritor que orgulhava de sua técnica e do racionalismo com que criava suas histórias. É essa dualidade que o projeta como um dos mestres da literatura mundial.