Na terça-feira, do dia 5 (hemisfério oriental) para 6, quarta-feira (hemisfério ocidental), estará acontecendo uma passagem do planeta Vênus diante do Sol. A passagem de Vênus pelo disco solar, também denominado trânsito, é um evento raro e excepcional: ocorre duas vezes em oito anos e, em seguida, não se manifesta por mais de um século.
O fenômeno
O fenômeno é semelhante a um eclipse do Sol ou da Lua, mas será substituído por um planeta, no caso Vênus. Na verdade, no Sistema Solar apenas Mercúrio e Vênus podem envolver-se com o trânsito. Se o plano da órbita da Terra fosse o mesmo que o desses planetas haveria uma passagem pelo disco solar a cada conjunção inferior, portanto anual. Mas como isso não ocorre, os trânsitos são bastante raros.
História
Em nosso País, a observação de um trânsito de Vênus remonta a 1882, no reinado de D. Pedro II, quando foi concedida uma verba destinada a observar o fenômeno de três pontos distintos: Olinda (Pernambuco), Punta Arenas (Patagônia) e Ilha de São Tomás (Antilhas). Os dados obtidos foram um sucesso e permitiram uma precisão maior na distância Terra-Sol. Nova oportunidade aconteceu em 8 de junho de 2004, quando o evento pôde ser muito bem observado e fotografado pelo Observatório Municipal de Americana, OMA, órgão da Secretaria de Cultura e Turismo. A sequência das fotografias obtidas em Americana foram publicadas pela imprensa do país e em várias revistas de astronomia do exterior (Espanha, Alemanha e Áustria).
No Brasil
Para nós, o evento deste dia 6 somente será visível com o Sol no ocaso no estado do Acre (inclusive a capital Rio Branco) e a Oeste do Estado do Amazonas. Isto significa que a maioria do território brasileiro não verá o fenômeno. Para os astrônomos, o jeito será se deslocar para esses locais, ou melhor ainda, arrumar as malas e ir observar o fenômeno no zênite, que irá acontecer no leste da Ásia e da Austrália, Nova Zelândia , Tasmânia e região da Polinésia.
