O São Paulo faz pouco caso da postura do Tigre em abandonar a final da Copa Sul-Americana. Dirigentes do clube campeão do torneio debocham da atitude, enquanto jogadores e o treinador Ney Franco cutucaram o adversário. As queixas dos argentinos foram constantemente desdenhadas no Morumbi.
“Vamos falar o que é a verdade. Não teve briga, arma, nada. O Tigre não veio para o gramado no segundo tempo, pois ‘pipocou’. O time deles foi ‘pipoqueiro’, e o resto é história”, provocou o treinador do São Paulo, Ney Franco.
“Nossa equipe jogou muito bem, mostramos raça e amor pela camisa do São Paulo e conseguimos título. Isso é o que precisa ser enaltecido. Já o time deles ‘pipocou’. Foi isso”, comentou Jadson.
O abandono do Tigre no duelo final foi lamentado pelo São Paulo. Os cartolas colocam o time argentino como vítima de uma própria armação.
“Eles não iam aguentar e preferiram fazer catimba, isso ficou claro. Acharam que era melhor ir embora. Assim não podemos fazer nada”, debochou o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio.
“Esse choro deles é antigo, não adianta ter pena. Ganhamos na bola, e isso ninguém vai apagar. Não adianta vir com história dramática” cutucou o o vice de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes.
Em campo, o São Paulo se mostrou superior ao Tigre durante toda a
primeira etapa. O time tomava a iniciativa, mas encontrava uma forte
marcação pela frente. As pontas, principais válvulas de escape no
esquema de Ney Franco, foram muito bem bloqueadas por Nestor Gorosito,
técnico do Tigre. Lucas e Osvaldo tinham vigilância severa.
Com isso, a chave do jogo estava no meio. E Jadson, no primeiro lance
em que teve espaço para jogar, criou a jogada do gol. Aos 22, quando o
São Paulo tinha 65% de posse de bola, contra 35% do rival, ele achou
Willian José na entrada da área. O atacante recuou para o camisa 10, que
foi travado no chute. Na sobra, Lucas fintou o marcador e bateu
cruzado, de pé esquerdo, no canto esquerdo de Albil: 1 a 0, festa no
Morumbi e choro do camisa 7, que foi abraçado pelos companheiros, em sua
despedida do clube – ele se apresenta ao Paris Saint-Germain, da
França, em janeiro.
O Tigre mal se recuperou do primeiro golpe e levou o segundo. Aos 28,
Lucas deu ótima assistência para Osvaldo, que, em posição duvidosa,
invadiu a área pelo lado direito e bateu por cima de Albil, com muita
categoria: 2 a 0. Imediatamente, começou a ecoar o grito no Morumbi.
– Ô o campeão voltou, o campeão voltou, o campeão voltoouuuu….
Com o título praticamente perdido, os argentinos perderam a compostura.
Aos 39, Orban acertou uma cotovelada em Lucas, que caiu com o nariz
sangrando. Enrique Osses nem falta marcou e ainda advertiu o
são-paulino, que precisou ser atendido fora de campo. Quando voltou, foi
acertado novamente, desta vez por Godoy, que levou cartão amarelo.
Todos no estádio pareciam pressentir que, a qualquer momento, a
confusão tomaria conta da partida. E foi o que aconteceu. Assim que
Osses apitou o fim do primeiro tempo, e Lucas provocou Orban, argentinos
e são-paulinos partiram para a briga, com participação de seguranças do
Tricolor e policiais militares. O Tigre não voltou do vestiário, o jogo
acabou mais cedo do que deveria, mas o final foi feliz para os
são-paulinos, que conquistaram o inédito título da Sul-Americana,
colocando fim a um jejum de quatro anos.
Fonte: http://esporte.uol.com.br e http://globoesporte.globo.com