Com apenas 1 ano e 7 meses, um bebê com quadro de insuficiência cardíaca gravíssima se tornou o primeiro paciente do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp a usar um equipamento que funciona como um “coração artificial”, procedimento que, além de salvá-lo, também evitou a necessidade de um transplante.
Depois de mais um mês com canos saindo do peito e ligados a máquina que funcionou como parte de seu coração, o menino agora aguarda alta hospitalar, com prognóstico de uma vida normal, sem qualquer restrição pelo episódio.
“Foi o melhor cenário. A criança se recuperou, não precisou ser transplantada, muito melhor estar com o coração dela, que ainda não está totalmente normal, mas vai ficar. Muito recompensador para nós, para a mãe, o paciente”, destaca o médico Orlando Petrucci Júnior, coordenador da cirurgia cardíaca do HC.
De acordo com Petrucci Júnior, a criança havia contraído uma virose, o que causou uma miocardite viral que evoluiu para insuficiência cardíaca. O menino chegou a sofrer paradas cardíacas no hospital, e diante da gravidade do caso, a equipe colocou-o sob suporte da ECMO (oxigenação por membrana extracorpórea veno-arterial).
No entanto, o equipamento que faz a função de oxigenção fora do corpo “não é durável”, explica o médico, uma vez que seu uso é recomendado por poucos dias – o menino ficou sob o suporte da ECMO por 18 dias.
Sem evolução clínica do quadro, a equipe precisava encontrar por uma solução quer permitiria uma “ponte para aguardar um transplante ou a recuperação”, e então os profissionais decidiram pelo uso da tecnologia CentriMag, até então inédita no HC.