Quando “Valente” chegar aos cinemas brasileiros na próxima sexta (20), boa parte das peripécias da protagonista Mérida que se verá na tela serão fruto do trabalho de uma paulistana: a animadora Nancy Kato, que trabalha para os estúdios da Pixar há mais de dez anos.
Dirigido por Mark Andrews, Brenda Chapman e Steve Purcell, “Valente” acompanha as aventuras de Mérida, uma jovem escocesa nobre, arqueira habilidosa, que desafia os costumes de seu povo e acaba colocando seu reino em perigo. E os movimentos e emoções da personagem –e de sua mãe, Elinor– são justamente responsabilidade de Nancy.
“Eu sou animadora de personagem, faço tudo que envolve movimento. O personagem já está criado, já tem o design, já sabemos o que vai acontecer na cena. Meu departamento faz toda a parte de atuação e ação, cria a vida do personagem”, conta.
Nascida em São Paulo, Nancy formou-se pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) antes de ir para Nova York fazer um mestrado em computação gráfica. Depois do mestrado, Nancy foi trabalhar em Los Angeles, com efeitos especiais de filmes.
Em 1999, ela teve a sorte de mandar seu portfólio para a Pixar, um dos estúdios de animação mais respeitados do mundo, justamente no momento em que a companhia precisava de profissionais com experiência em computação gráfica para finalizar “Toy Story 2”. Desde então, esteve envolvida nos principais projetos do estúdio, como “Monstros S.A.” (2001), “Procurando Nemo” (2003), “Os Incríveis” (2004), “Ratatouille” (2007), “Wall-E” (2008), “Up – Altas Aventuras” (2009) e “Toy Story 3” (2010).
“Eu me sinto privilegiada”, diz Nancy sobre trabalhar para a Pixar. “É um trabalho duro, não digo que é fácil. O nível é muito alto, você tem que manter aquele nível e as pessoas são muito qualificadas. E, ao mesmo tempo, você sabe que tem uma fundação muito boa, porque as histórias são boas. O projeto que você vai trabalhar vai ser um bom produto”, diz.
Em “Valente”, Nancy afirma que o maior desafio foi manter o realismo da animação. “‘Valente’ é um filme muito realístico – são humanos, personagens muito próximos a nossa realidade, as pessoas reconhecem como é o movimento de um humano. Queríamos criar alguns exageros de animação, mas também queríamos manter uma fidelidade ao que acontece na vida real. É muito sutil e desafiador nesse ponto”.
Fonte: cinema.uol.com.br